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Continuando a explorar o tão famoso quadro de Leonardo da Vinci - A última ceia - eis agora uma breve análise astrológica "da posição dos apóstolos na "Última Ceia de Cristo", feita pelo Vitorino de Sousa no seu livro - Dicionário de Astrologia, editado pela Angelorum em 2005.

Simão é o primeiro a contar da direita. Por corresponder a Carneiro, é, precisamente, a cabeça que sobressai da figura: a fronte altiva, o cabelo curto, o nariz adunco, tipicamente marciano, e a barba pontiaguda, acerada como a espada do Deus da Guerra (Marte). Ele está no topo da mesa (é o primeiro.), encabeçando o primeiro grupo de três apóstolos.... como se ele fosse o chefe daquele pequeno grupo.

Judas Tadeu é o segundo a contar da direita. Touro rege o pescoço e os ombros. Partindo daqui, é interessante verificar que Leonardo da Vinci pinta esta figura de forma a que seja precisamente essa zona do corpo a receber mais luz. O cabelo, farto, está atirado para trás. O decote da camisa, repuxado, expõe uns ombros que se adivinham largos e robustos. inclina a cabeça na direção de Simão (Carneiro, no topo da mesa), mas o olhar desconfiado não encara nenhum dos companheiros, parecendo avaliar de onde poderá vir o golpe que porá em risco a sua segurança.

Mateus é o terceiro a contar da direita. A dispersão de Gémeos é representada por esta figura que olha para Simão e aponta para Jesus. Mais uma vez, Leonardo da Vinci faz ressaltar a zona do corpo respeitante ao signo: os braços e as mãos. Além disso, o período da vida associada a Gémeos - a juventude - é bem patente nas feições de Mateus, sem dúvida o mais novo de todos.

Filipe é o quarto a contar da direita. A doçura de Caranguejo está aqui personificada neste apóstolo. De pé, demonstra intenção de fazer alguma coisa e recolhe as mãos fofas sobre o peito, numa atitude de acolhimento. Inclina ternamente a cabeça, mostrando um rosto cheio, onde reina um olhar doce, só possível em quem reparte a dor daqueles que ama!

Tiago Menor é o quinto a contar da direita. Leão manifesta-se na postura teatral deste apóstolo que abre os braços e expõe o coração, órgão do Leão. O recuo do queixo parece reforçar a exposição do peito. Se repararmos, parece fazer uma barreira com os braços, impedindo que Filipe, de pé, e Tomé, com o dedo crítico (Virgem) espetado como que acusando, lhe tomem a dianteira e se aproximem de Jesus: ele quer estar "na primeira fila"!

Tomé é o sexto a contar da direita. Sabe-se que Virgem é excelente a encontrar defeitos... e é o que este apóstolo parece estar a fazer. Repare que, enquanto símbolo da modéstia e da humildade, ele está atrás de Tiago Menor (Leão). Só se lhe vê a cabeça (sede do intelecto (Mercúrio, seu regente) e o dedo espetado, símbolo da chamada de atenção de quem acha que nada está como deve ser. Tem os olhos muito abertos de ansiedade e inquietação, como a querer perceber tudo o que está implicado na decisão do Mestre. Parece dizer-lhe: "Isso não está certo; vê lá o que vais fazer!"

João é o sexto a contar da esquerda. O sentido de partilha de Balança é retratado através deste apóstolo que une os dedos ao entrelaçar as mãos (!) e se inclina para Pedro (Sagitário) parecendo ouvir a opinião dele. Ao mesmo tempo, essa inclinação do corpo desvia-o para o lado contrário de Simão (Carneiro, seu oposto complementar). Notar, também, as feições calmas, belas e femininas (Venusianas), da figura, e o ar de ponderação e meditação sobre o que está a ouvir.


Judas Iscariotes (Escorpião) é o quinto a contar da esquerda. Ele é o tesoureiro dos apóstolos. Por isso, Leonardo da Vinci representou-o com uma bolsa de moedas na mão. Esta bolsa encerra, porém, uma dupla significação, na medida em que pode ser vista como contendo as 30 moedas associadas "à venda" de Jesus. No entanto, sem essa "traição" não teria havido a morte e a ressurreição do Mestre, morte e ressurreição, essas que são, precisamente, as duas palavras-chave de Escorpião. Aliás segundo consta, Jesus terá dito a Judas: "Vai e faz o que tens a fazer." No quadro este apóstolo, encara o Mestre com olhar penetrante, enquanto, com a mão direita segura firmemente a bolsa. A mão esquerda faz um gesto que pode ser interpretado com "É, então, chegada a hora?"

Pedro é o quarto a contar da esquerda. Leonardo da Vinci personifica a sabedoria de Sagitário neste apóstolo. Não é por acaso que foi o redactor da Lei da Igreja. Além disso, foi Papa, a mais alta figura da religião e veículo da filosofia de Jesus, seu Mestre. No entanto, Sagitário é o centauro, meio homem, meio animal. Então, vemos o lado instintivo (animal) de Pedro segurando um punha com a mão direita, debruçando-se fogosamente sobre Judas Iscariotes, que se afasta para dar espaço à corpulência do companheiro. Contudo, o punhal não ameaça o Mestre; a arma está virada no sentido oposto, aparentemente assustando André (Capricórnio) que leva as mãos à frente como quem diz: "sossega, eu nada tenho a ver com isto!"
Desta atitude de Pedro ressalta bem a vontade de defender Jesus, nem que seja preciso recorrer à força.

André (Capricórnio), o terceiro a contar da esquerda, é sem dúvida, o mais idoso do grupo (Saturno, associado à velhice). Mostra a face seca, a boca austera e expõe as mãos ossudas e esqueléticas com os dedos nodosos (note a relação de Saturno com o esqueleto e as articulações). Esta postura das mãos, parece dizer que "defende a sua posição", que rejeita qualquer coisa, provavelmente a responsabilidade de estar envolvido na resolução que o Mestre tomou. André com este gesto de afastamento, típico de quem se "põe de fora", contrasta com o gesto acolhedor de Filipe, (o quarto a contar da direita, Caranguejo, seu oposto zodiacal).

Tiago Maior (Aquário), o penúltimo, da esquerda. Simbolizando a amizade, ele tem o braço esquerdo rodeando André (Capricórnio), mas apoia a mão no ombro de Pedro (Sagitário) que segura um punhal. O gesto de Tiago Maior poderá querer dizer: "Meu amigo, vê bem o que pretendes fazer". Se repararmos, ele é o único que toca ostensivamente o corpo de outro apóstolo. Amizade e amor, baseados na semelhança de perspectiva, são os tópicos principais que ressaltam da sua postura.

Bartolomeu, é o primeiro da esquerda. Recordemos que Peixes (Era do Cristianismo) rege os pés. Olhemos então para este apóstolo, o único a ter os pés fora da zona de sombra. Só neles bate a luz! Por outro lado, no quadro, só duas figuras parecem estar levantadas, o que neste caso, poderá significar um impulso de movimentação em direcção a Jesus, obviamente para o apoiar, para mais de perto lhe passarem a sua compaixão. Ora esses dois apóstolos são, precisamente, Bartolomeu e Filipe (o aº da direita), representantes de Peixes e Caranguejo, respectivamente, porventura os signos mais piedosos da roda zodiacal.
(há até quem diga que Peixes é a "Cruz Vermelha" do Zodíaco!)

Repare-se, ainda, que Bartolomeu está aparentemente calmo e lança um olhar abrangente sobre a agitação que se instalou na mesa, tentando apreender e assimilar as reacções dos restantes companheiros. Peixes, o último signo e o fim do Inverno, corresponde ao mês que antecede a Primavera, o início de um novo ciclo. Ao invés, a sua polaridade, Virgem, representado pelo franzino e nervoso Tomé (à esquerda de Jesus), é tão "ver para crer" que se atreve a levantar o dedo crítico mesmo na cara do Mestre!


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